Lula critica Presidente do Banco Central na véspera de decisão sobre juros
- Redação Falando de Política I Brasil
- 19 de jun. de 2024
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A colunista Miriam Leitão comentou que Campos Neto não deveria ter participado de um jantar em sua homenagem, considerando o ambiente político polarizado. Ela reconheceu, no entanto, que ele tem mantido uma postura técnica em suas decisões.

Imagem: reprodução da internet Brasília, dia 19 de Junho de 2024 - Na véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa de juros, o presidente Lula criticou duramente Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em entrevista à CBN. Lula afirmou que Campos Neto "não tem nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e trabalha muito mais para prejudicar o país". Ele citou um jantar organizado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em homenagem ao presidente do Banco Central, sugerindo que Tarcísio tem mais influência sobre Campos Neto do que ele próprio.
Lula argumentou que a inflação está sob controle e que o Brasil está registrando aumento de empregos, afirmando que "nós só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante: o comportamento do BC". Ele também criticou a possível manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano, afirmando que o país não precisa disso. Lula fez alusão a um convite que Tarcísio teria feito a Campos Neto para ser seu ministro da Fazenda, caso vença a eleição de 2026, questionando se Campos Neto estaria disposto a desempenhar um papel similar ao de Sérgio Moro, que deixou a magistratura para entrar na política.
Tarcísio de Freitas, em conversa com interlocutores, admitiu que os juros altos "obviamente" dificultam a administração do estado, mas afirmou que não vai rebater Lula publicamente. Ele destacou que a redução dos juros deve vir acompanhada de responsabilidade fiscal, evitando medidas forçadas como as adotadas durante o governo Dilma Rousseff.
Lula também afirmou que não permitirá que "um fascista" e "trogloditas" voltem a governar o país. Sobre a eleição de 2026, ele disse que há muitos bons candidatos, mas que disputará se for necessário, apesar de preferir não ser a primeira opção. A aprovação do trabalho de Lula manteve-se estável na pesquisa Datafolha divulgada recentemente, subindo ligeiramente de 35% em março para 36%. A reprovação caiu de 33% para 31%, enquanto a avaliação regular permaneceu praticamente inalterada.
A colunista Miriam Leitão comentou que Campos Neto não deveria ter participado de um jantar em sua homenagem, considerando o ambiente político polarizado. Ela reconheceu, no entanto, que ele tem mantido uma postura técnica em suas decisões. Alvaro Gribel, por sua vez, criticou tanto Campos Neto por aceitar o convite para o jantar quanto Lula por intensificar a crise em um momento crucial para o Copom. Bruno Carazza destacou que Lula, embora se mostre surpreso com o volume de renúncias fiscais, já promovia a concessão de incentivos tributários durante seu segundo mandato.
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