Crise na Petrobras: Decisão de retenção de dividendos gera disputa entre Lula e presidente da estatal
- Falando de Política
- 11 de mar. de 2024
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A possibilidade de justificar sua abstenção no Conselho de Administração, alegando uma maioria consolidada, é um dos pontos que Prates deverá abordar. A proposta da diretoria executiva de retenção de metade dos dividendos para distribuição programada também será parte da discussão.
Por: Redação Falando de Política
11/03/2024 - 05h17 I Brasília/ Palácio do Alvorada

Imagem: reprodução da internet
Brasília, 11 de Março de 2024 - A Petrobras encontra-se no centro de uma nova crise, desta vez envolvendo a retenção dos dividendos extraordinários, uma decisão que, segundo interlocutores, teria levado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a erro, sendo influenciado pelo Ministério de Minas e Energia, liderado por Alexandre Silveira. A disputa interna torna-se evidente entre Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, e Silveira, aumentando as tensões nas entranhas do governo. Aliados de Lula não descartam a demissão de Prates, sinalizando uma reunião crucial nesta segunda-feira (11).
Na sexta-feira (8), a Petrobras enfrentou uma significativa queda nas ações, perdendo mais de R$ 55 bilhões em valor de mercado. Esse revés foi o mais expressivo desde fevereiro de 2021, quando Jair Bolsonaro trocou o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, por Joaquim Silva e Luna, após críticas ao reajuste do diesel e ameaças de paralisação dos caminhoneiros.
Sergio Caetano, diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, esclareceu em conferência que os dividendos retidos em 2023 não serão redirecionados para investimentos, como especulado pelo mercado. Jean Paul Prates deve apresentar argumentos a Lula durante a reunião no Palácio do Planalto, destacando os impactos na cotação das ações e na autonomia da gestão da estatal.
A possibilidade de justificar sua abstenção no Conselho de Administração, alegando uma maioria consolidada, é um dos pontos que Prates deverá abordar. A proposta da diretoria executiva de retenção de metade dos dividendos para distribuição programada também será parte da discussão. A reunião de segunda-feira deverá incluir cobranças de explicações sobre o balanço da Petrobras, com um detalhamento do plano de investimentos.
Embora a exoneração de Prates não esteja confirmada, a permanência no cargo permanece incerta diante da divergência entre as partes envolvidas. A avaliação no Planalto sugere que o desentendimento vai além de Prates e Silveira, indicando uma possível discordância no ideal de modelagem da Petrobras entre o presidente da companhia e o governo federal. Os críticos de Jean Paul Prates apontam que ele contrariou uma determinação do Executivo.
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